sábado, 23 de julho de 2011

Perder fotos? Nunca mais!


Nota: Faz dois anos (afff) que não posto nada nesse blog, mas andei pensando em um assunto em especial, e, de repente, um post estava quase pronto. Não é diretamente sobre fotografia, mas atinge com toda certeza a todos os meus colegas, fotógrafos digitais, sejam eles amadores ou não.

Prezado leitor,

Se você é como eu, deve ter centenas (ou quem sabe, milhares) de fotos digitais no seu computador, que nunca imprimiu porque precisava selecionar, editar, ou simplesmente porque nem faz questão de tê-las impressas, mesmo. Elas ficam lá, se acumulando.
Se for realmente como eu, da mesma forma várias dessas fotos são únicas, e não existem em nenhum outro lugar, exceto nesse único computador (ou no máximo em baixa resolução no Facebook), e caso - Deus me livre e guarde - o disco rígido do seu computador resolva de uma hora para outra parar, dar uma "morridinha básica", subir no telhado, etc... aquele momento tão precioso se foi para sempre. Certo? Assustador o bastante?
Ou ainda você pode até viver sem as fotos digitais, mas tem "aquela" monografia de mestrado ainda em elaboração que povoa seus piores pesadelos sendo excluída indevidamente, ou corrompida... e dessa forma cópias de sua querida monografia se replicam como coelhos por diversos pen-drives, ou no seu e-mail, enviado para você mesmo, como se fosse uma religião.

Sinceramente? Quase ninguém faz backup. A maioria das pessoas nem atina que isso seja necessário - que computadores morrem, e com ele, possivelmente, muitos dados importantes. E quem chega a fazer backup não o faz com a regularidade que deveria. Porquê? Porque dá trabalho, oras! Mesmo usando o programa de backup adequado, isso significa ficar na frente do PC alimentado-o com inúmeros DVDs virgens. Além de demorado, é chato. Me surpreendi em descobrir que a última vez que fiz backup de minhas fotos faz um ano, no mínimo.
Sim, você pode até ter um disco externo USB e configurar um programinha esperto para sincronizar os conteúdos dos discos. É uma boa idéia, e funciona realmente, mas ainda há um problema: Se o arquivo for excluído do disco original, ele não será excluído da cópia? Com certeza? Ou ainda:. E se o disco externo bater no chão? For mastigado (ou até "benzido") pelo cachorro? Improvável? (*)

Já está bastante assustado? Imaginou-se tendo o seu lindo notebook roubado no aeroporto, juntamente com os pen-drives com o seu backup? Bem, chega de aterrorizar o prezado leitor. Há soluções que vão muito além da ingestão de doses cavalares de Maracugina®. Vamos a elas.

Banda Larga para Todos
Já é 2.011, e algumas coisas outrora "tecnologia do futuro" como o vídeo sob demanda do Youtube já são uma realidade corriqueira. Porquê? Porque a largura de banda (quantidade de dados que conseguimos trafegar) aumentou vertiginosamente - é a banda larga para as massas. Então soluções que antes eram restritas a empresas com capital considerável estão agora disponíveis para você a um custo baixo, ou melhor, até... custo nenhum!

At last.. O Backup Online
Que tal copiar todos os seus arquivos importantes para uma pasta na internet só sua, segura (sim, algo como o GMail) que você possa ir lá e buscar seus arquivos apagados inadvertidamente a hora que quiser? E que tal se um programinha ficasse executando no seu computador o tempo todo e sempre que surgisse um arquivo de imagem novo, ou você alterasse o seu texto, se encarregasse de fazer uma cópia de segurança na Internet(**) - mas veja bem, só o que fosse alterado, sem repetições. Imaginou? Existe. E há várias opções, algumas até gratuitas.
No meu caso, tenho hoje mais de 40 Gigabytes de informação, a grande maioria, claro, fotos (arquivos RAW são grandes como os pecados do mundo), então para mim poucos serviços gratuitos dariam conta desse volume. Mas se suas pretensões são menores...

As Opções Gratuitas (leia-se: inteiramente de graça mesmo!)


Um dos serviços que oferece o backup online totalmente de graça para volumes até 5 gigabytes é o iDrive. O plano pago (U$ 49,50 por ano, atualmente) armazena até 150 gigabytes, sendo que esse é o plano mais básico. Há também um plano "ilimitado", mas tudo o que é ilimitado na Internet na verdade tem algum tipo de limitação. Esse (o iDrive de 150Gb) eu estou usando, e até o momento, sem reclamações. Se você aceitar que o iDrive envie um e-mail divulgando o serviço literalmente enchendo o saco de todo os contatos do seu e-mail você ganha mais 10Gb gratuitos. Pessoalmente acho uma safadeza com os seus amigos! Mas isso sou eu.


A Microsoft tem um serviço próprio de armazenamento, o Windows Live SkyDrive. Não experimentei, pois já contratei o iDrive. São 25Gb de graça para você utilizar. O login é o mesmo que você usa para o Windows Live (antigo MSN). Permite ver as fotos que você armazena, entre outros mimos, mas as críticas ao serviço no geral não foram muito boas. Experimente se quiser, e depois de diga o que achou.


ADrive, iDrive... esse pessoal é criativo de verdade com os nomes, rsrs. o ADrive oferece um plano gratuito de interessantíssimos 50Gb (uau!). Há planos pagos, maiores, e com mais recursos que o plano gratuito, logicamente. Não experimentei também.

Certamente há outras opções gratuitas. Para tudo o mais existe o Google.

As Opções Ilimitadas
Se o seu desejo por armazenar suas tralhas com segurança é sem fim, há serviços na medida para você. Nenhum deles de graça.


Um dos serviços mas famosos dessa categoria, o Carbonite tem um backup ilimitado por U$ 59 por ano, por computador. Sim, você pode colocar vários computadores na mesma conta, mas paga por cada um deles. É um serviço muito bem visto, diga-se.


Junto com o Carbonite, o Mozy é o outro dos serviços mais conhecidos e usados na área. Tinha até pouco tempo uma opção ilimitada, mas não mais. Você paga, hoje, U$ 3,95, e mais U$ 0,50 por gigabyte/mês armazenado no plano MozyPro. Isso dá, por exemplo, U$ 107,40 ao ano para míseros 10Gb. Não sei não, mas acho que essa nova forma de tarifar não vai vingar. O software de backup do Mozy é famoso pelas opções de configuração muito refinadas, porém.


O iDrive também tem uma opção ilimitada, a U$ 49,50 pro ano, mas os termos de serviço são diferentes (e ao meu ver, piores) que a conta de 150Gb padrão.


A queridinha da PC Magazine, acho que rolou um "jabá" muito forte do serviço. Fiquei desconfiado. Fujo quando acho que o jornalista está sendo parcial, boa coisa não sai (o plano mas barato custa $63.96 por ano para apenas 50GB). Se quiser ver o artigo "comparando" (tendenciosamente, diga-se) as diferentes soluções, clique aqui. Ou se quiser ver como o jornalista Michael Muchmore baba o ovo do SOS Online Backup, clique logo aqui.

Ufa! Isso deu trabalho! Mais do que imaginei. Acho que foi por isso que parei de editar o blog :-(

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Para terminar, isso eu sei: domingo à noite (ou no máximo segunda de manhã), pelos meus cálculos, tudo o que já produzi de textos e fotos atualmente no meu computador estará replicado para um serviço de armazenamento, lá na Califórnia. E essa cópia terá ainda uma segunda cópia. E tudo o mais que vier a produzir será copiado, com segurança, sem que eu nem tome ciência disso. E quando um e-mail bater em minha caixa postal dizendo "backup completo"... bem, terei uma ótima noite de sono! ;-)

Vejo vocês no próximo post, daqui a dois anos... ou não!

(*) Consigo um efeito bem parecido com a cópia de arquivos em um drive externo tendo dois discos rígidos, e mantendo cópias das fotos de um disco no outro disco. A chance de ambos falharem é remota. Mas se isso acontecer... bem, tenho o backup vai internet exatamente para isso.

(**) Armazenar "na nuvem", ou na Internet, não passa de uma forma bonita (poética?) de dizer que seus dados estarão armazenados em um Data Center, ao qual você tem acesso apenas via internet através de algum aplicativo ou site, em oposição a arquivos armazenados no seu disco rígido ou na rede local (LAN) de sua empresa.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Notícias que Quebram ;-)

Na falta de uma tradução decente para o português do termo "breaking news", fiquei com uma tradução literal que, se bem que totalmente errada, acho bem engraçada, hehe.

No newsletter da B&H Photo (que é bem interessante, aliás) saiu um artigo bem interessante mesmo sobre a pequenina "quase-reflex" Olympus EP-1, vulga "Olympus Digital Pen". Já falei dela no post "Uma pequena revolução no ar",
para quem não leu. É, em um mercado cheio de novidades o tempo todo, com modelos pipocando entre uma feira e outra de fotografia, essa gracinha está conseguindo chamar *muita* atenção...

Abs!

Exposição - parte 1

Exposição, individualmente, é *o* assunto mais importante que se pode estudar em fotografia. Se toda a teoria por trás da fotografia fosse um corpo de ópera, a exposição seria a nossa prima donna. Na exposição quase todos os conceitos, como abertura, velocidade, ISO se unem. A exposição, longe de ser apenas uma discussão técnica (que temos a opção de deixar a cargo da máquina, usando o modo "automático"), é também uma decisão artística. Você verá porquê.

No pequeno instante entre clicar o botão disparador a primeira vez e a foto ser registrada, acontece um monte de operações em uma câmera eletrônica, digital ou não. A câmera observa a quantidade de luz que está entrando, tenta medir a distância dos objetos ou pessoas, e calcula diversos ajustes possíveis para uma foto bem exposta. Tudo isso numa fração de segundo. E aí, ao se fazer o click, você julga se ela fez um bom trabalho entendendo o mundo através da sua lente, ou não.

A primeira coisa que você provavelmente irá conferir ao tirar uma foto foi se esta saiu escura ou clara demais. Estamos então, falando de exposição.

Quanto à exposição, uma foto pode ser de três tipos básicos:

Exposição normal: há equilíbrio entre as áreas de luz e sombras, e podemos divisar perfeitamente o objeto fotografado. Frequentemente mais de um objeto ou pessoa na foto estão iluminados de formas diferentes, então, exceto se estivermos usando iluminação artificial, há que se escolher o que vai ficar bem exposto e o que vai ser "sacrificado". No caso, a dançarina da esquerda (de branco) está melhor iluminada que a da direita. Se eu ajustasse a câmera para expor melhor a dançarina de rosa, perderia todos os detalhes da roupa clara da outra, por exemplo.

Superexposição: Eu vejo fantasmas... ;-)
Superexposição ocorre quando o ajuste não foi perfeito (dizer isso para a foto ao lado redefine a palavra eufemismo, mas vá lá), e mais luz do que o necessário atingiu o seu sensor digital ou filme. Os tons intermediários - como os tons de pele - se transformam em altas-luzes, ou seja, tendem a branco. Note que a superexposição não precisa ser da foto com um todo. Se o senhor no lado esquerdo da foto tivesse saído muito escuro, ou tivesse mesmo desaparecido nas sombras, eu consideraria a exposição correta desde que a dançarina estivesse iluminada adequadamente. Para falar a verdade, eu nem mostraria essa foto se não fosse pelo nobre intuito de ensinar fotografia...
Quando uma foto tem excesso de luz, diz-se que a luz ou a foto "estourou".

Subexposição: O exato oposto do anterior. As sombras predominam na foto, e faltam detalhes. Pode-se porém desejar propositadamente que a foto seja escura, dando um ar misterioso; ou muito claro, dando uma esfera por vezes divina; sim, exposição é mesmo uma decisão artística. Mas 99,999999999% das vezes o que queremos é uma exposição correta!






Um conceito importante para discutir exposição é...

O Fotômetro
O componente que existe em cada câmera para medir a intensidade da luz se chama fotômetro. Nos idos de outrora, bem antes ainda das máquinas eletrônicas com modo automático que você conhece, já haviam fotômetros, mas eles eram equipamentos externos (como esse ao lado), e não integrados ao equipamento. Esse tipo de fotômetro ainda é fabricado, mais moderno, logicamente, mas a sua utilização é restrita a profissionais ou amadores muito avançados, pois na maior parte dos casos pode-se medir bem a luz usando apenas o fotômetro interno da câmera e no máximo um grey card (cartão de papelão usado para, entre outras coisas, ajudar a câmera a medir a luz com precisão, por ter uma reflexividade padrão). Mas o que você precisa saber é que a sua máquina digital *tem* um fotômetro. Na maioria dos projetos atuais este mede a luminosidade através da própria lente da câmera.

Agora que você com certeza sabe o que é um fotômetro, saiba que, após consultar o seu fotômetro interno, o ajuste que a câmera faz para controlar a exposição é justamente uma combinação de abertura, tempo de exposição e ISO. Para deixar a câmera captar *mais luz*, podemos controlar a câmera para fazer quaisquer destas operações, até os limites que a câmera / lente permitam:
  • Aumentar o tempo de exposição
  • Aumentar o ISO
  • Aumentar a abertura da lente

Obs 1: em se falando de abertura, números "f" menores indicam aberturas maiores - mais luz entrando pela lente. Então se sua lente estiver ajustada para abertura f/4, e você alterar o ajuste para f/5.6, na verdade você a ajustou para entrar menos luz pela lente - a metade da luz, no caso. Caso você tenha se perguntado, não, a escala de aberturas não é linear...

Obs2: Um fotômetro que serve para medir a luminosidade emitida por um flash se chama flash meter, literalmente, medidor de flash. Grande parte dos fotômetros atuais funciona como fotômetro comum e como flash meter também.

Continuaremos no tema exposição no próximo post, onde começaremos a arranhar as aplicações práticas dos ajustes que afetam a exposição. Abs!